04/05/2015

Ipoema (Itabira-MG): Cachoeira Alta e do Meio

BH x Ipoema: 90km


Pois é, essa Serra do Espinhaço que não tem fim!


Ipoema é um pequeno e aconchegante distrito de Itabira, na porção extremo sul da Serra do Espinhaço e Serra do Cipó, também faz parte da Estrada Real. Além de perto da capital, Ipoema está ainda mais perto de várias cachoeiras. Quando passei por lá tive o prazer de conhecer a Cachoeira Alta (a mais famosa) e a Cachoeira do Meio, que são temas deste post.



Ipoema x Cachoeira Alta: 10,5km
Giulia e eu saímos de BH numa manhã ensolarada de sábado, em direção a Ipoema. Fomos de moto, opção mais econômica e mais rápida, já que as possibilidades do trânsito agarrar na 381 são grandes. Embora não soubéssemos com exatidão o caminho, chegamos com tranquilidade, já que a sinalização é satisfatória.

Da praça principal de Ipoema, bem movimentada, seguimos as placas que indicava o caminho para Cachoeira Alta, também conhecida como Macuco. São cerca de 10,5km por estradas de terra em condições medianas. A parte final está em piores condições, mas de um modo geral é tranquilo de chegar para qualquer tipo de veículo. Durante o trajeto é possível avistar a Cachoeira Alta em alguns pontos, estava belíssima com uma boa vazão.


CACHOEIRA ALTA
A cachoeira está em propriedade privada, pagamos 10$ cada pelo ingresso, preço bastante justo. No local há banheiros e um restaurante/lanchonete, que oferece PF. Para os que desejam explorar um pouco mais o entorno, a fazenda também oferece área de camping. Deixamos a moto em uma das poucas sombras da área de estacionamento, que é bem grande, e iniciamos a caminhada.


A trilha para o poço da Cachoeira Alta é bem tranquila, são aproximadamente 10 minutos de caminhada tranquila, com boa parte do trajeto sombreado. Uma boa opção para crianças e pessoas com mobilidade reduzida, pela facilidade de acesso. Chegamos a cachoeira e não havia ninguém por lá. Embora alta, como o próprio nome diz (quase 100 metros), a cachoeira forma um poço relativamente pequeno. Em abril a vazão era boa, o que fazia com que as águas ficassem turbulentas e um belo spray molhasse a gente à distância.



Esperamos o Sol esquentar mais um pouco e entramos. A água estava um pouco fria, não poderia ser diferente, mas o banho era bem agradável. O vento forte causado pela força d’água fazia com que o frio fosse maior do lado de fora do que dentro do poço.


CACHOEIRA DO MEIO
Depois de aproveitar um pouco e calangar no Sol, tratamos de explorar o local. Antes de sair de casa, enquanto pesquisava como chegar a Cachoeira Alta, vi uma imagem do Google Earth com um traçado indicando a trilha que leva ao topo da cachoeira. Fomos em busca dela. Na nossa chegada já tinha conversado um pouco com um empregado da fazenda, que me indicou que realmente existia a trilha. Voltando em direção a fazenda, não foi tão difícil encontrá-la. Mais ou menos na metade do caminho há uma pequena construção de tijolos, próximo a uma cerca. Fomos em direção a ela e topamos com uma trilha bem batida que adentrava ao capão de mata.



Seguimos por ela e começamos a subir. Existem algumas bifurcações pelo caminho, a trilha não é sinalizada mas é bem intuitiva para quem tem o mínimo de noção geoespacial. Depois de alguns minutos caminhando chegamos a uma pequena porteira, logo após tinha uma bifurcação. O trilho da esquerda, que desce, dá acesso ao topo da Cachoeira Alta e ao poço da Cachoeira do Meio. Já o trilho da direita segue subindo e dá acesso a pequenos poços do rio e ao topo da Cachoeira do Meio. Seguindo sempre à direita e andando um pouco, é possível chegar a Cachoeira Patrocínio.


Nossa primeira opção foi continuar subindo, logo chegamos ao rio e encontramos poços bem convidativos para um mergulho. Não resistimos e logo entramos. Local bem aconchegante, uma boa alternativa se a Cachoeira Alta estiver cheia. Descemos um pouco pelo rio e logo chegamos ao topo da Cachoeira do Meio, que forma um belo poço alguns metros abaixo.


Depois de aproveitar as pequenas quedas, era hora de ver o que o outro lado da trilha nos reservava. Voltamos à bifurcação e começamos a descer por um trilho erodido. Rapidamente chegamos ao leito do rio. À direita temos a visão do poço e da Cachoeira do Meio. À esquerda descemos por lajes rochosos até o topo da Cachoeira Alta. Visual incrível de toda a região. Maravilha! Ficamos um bom tempo sentados na beira do topo, apreciando a vista.

A trilha para a parte alta é curta, são cerca de 15 minutos até o topo da cachoeira e os demais poços. Até a Cachoeira Patrocínio a caminhada é um pouco maior, talvez chegue a uma hora de pernada. No geral, é uma trilha de nível moderado, mais pelo esforço físico do que pela dificuldade técnica. A descida até o topo da Cachoeira Alta tem alguns pontos que merecem atenção. Lembrando que não há sinalização alguma pelo caminho e o trecho de mata fechada impede que tenhamos muitas referências do exterior.


Depois de um bom banho de rio, era hora de retornar a Belo Horizonte. Antes de partir, porém, comemos uma legítima comida caseira, nos arredores da pracinha principal de Ipoema. Por indicação de uma pessoa que encontramos na rua, fomos almoçar na casa de uma cozinheira local, PF bem servido a um preço justíssimo.


COMO CHEGAR:
De carro, saindo de Belo Horizonte, o trajeto é pela BR-381 (sentido Vitória) até o trevo que leva a Bom Jesus do Amparo. Siga pelo asfalto até Bom Jesus e lá continue pela rua principal, observando a indicação das placas para Ipoema. De Belo Horizonte a Ipoema são 87km asfaltados, até a Cachoeira Alta são mais 10,5km de terra.

A Viação Saritur possui linha regular entre BH e Ipoema. Para as cachoeiras e demais atrativos locais o visitante deve seguir a pé ou conseguir carona/táxi. Vale ressaltar que a maior parte dos atrativos está distante do centro de Ipoema, para quem deseja ir a pé.

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