08/09/2015

Brasil Central - 23 dias: Chapada dos Veadeiros (1/4)

Não sei bem onde tudo começou, mas tinha a ver com a vontade de conhecer o Jalapão e de viajar muito numa moto. O planejamento teve início por volta de agosto de 2014, e de lá até junho de 2015 muitos lugares foram incorporados e retirados do roteiro. Claro que não é preciso tanto tempo assim para planejar uma viagem de moto, mas foi tempo suficiente para aprender mais sobre os lugares, estimar os gastos, preparar a DR e decidir o que levar.


Antes de relatar o que aconteceu nesses 23 dias viajando de moto pelo Brasil Central, gostaria de agradecer a todos que contribuíram, direta ou indiretamente, compartilhando dicas e relatos, seja em fóruns, blogs ou pessoalmente. Foi tudo muito útil. Agradeço aos meus pais, não só por me presentearem com um par de pneus e um capacete novo, mas por tudo. Não posso deixar de agradecer as meninas, Giu - disposta pra tudo, menos pra trilhar na escuridão rs -, Luciana e Larissa, que me acompanharam na viagem e sofreram na minha mão. E também a todos aqueles que conheci durante a viagem e que contribuíram de alguma forma.

Esse Brasil é grande e bonito demais, e ainda tem muita gente boa nesse mundo. Planos foram feitos para serem cumpridos, SIMBORA!

  • 1-8 CHAPADA DOS VEADEIROS

1º dia: MG x GO

Monografia devidamente apresentada e corrigida, moto preparada, tudo pronto para a viagem. Sairíamos na segunda, 13/7, mas a Giulia teve uma infecção alimentar durante o fim de semana e adiamos para terça, dia 14/7. Por volta de 8h00, deixamos a casa da Giu rumo a Goiás, nosso primeiro destino seria o famigerado Poço Azul, próximo a Formosa.

O dia pode ser resumido em: ACELERA!

O fato engraçado do dia foi proporcionado por um erro de cálculo. A primeira parada para abastecer seria em João Pinheiro, cerca de 400km de BH. A DR chegaria lá tranquilamente (coloquei nela um tanque de 18,5L), mas, somando-se o fato de ter andando um pouco com ela em BH antes de partir com a bagagem pesada, o resultado foi: pane seca a cerca de 3km do posto de João Pinheiro. A sorte é que as meninas, de carro, estavam um pouco atrás. Logo que parei a moto elas apareceram e foram lá pegar um pouco de gasolina pra mim, economizando meu esforço de empurrar a DR até o fim da subida rs.

Até Unaí a paisagem é bem monótona, retas extensas, poucas curvas, pouco tráfego, muitas pastagens e fazendas sem fim. Chegamos lá por volta de 16h30, tomamos um pouco de água, lavamos o rosto, comemos umas mexericas e já partimos em direção a divisa MG/GO. De Unaí pra frente a paisagem melhora sensivelmente, aqui já aparecem as primeiras chapadas e o planalto já não está totalmente tomado pela agricultura.


O asfalto acaba na divisa dos estados e reaparece 14km depois, já na cidade de Cabeceiras. Chegamos já no final da tarde e decidimos seguir até o Poço Azul. Seriam mais 30km por terra, numa estrada de terra bastante movimentada por caminhões e carretas.

Fiz o trajeto de Cabeceiras até o Poço Azul pelo Wikiloc e passei o arquivo para o GPS. Em um determinado instante, já próximo da bifurcação que leva o poço, o trajeto mandava seguir em frente, por dentro de um pivô central, enquanto a estrada se dividia para a esquerda e para direita. Depois de pensar e analisar o caminho que seguia à esquerda, percebi que ele contornava o pivô e se encontrava mais adiante com a estrada indicada. Por lá seguimos e logo tivemos a primeira emoção da viagem: um lamaçal. Tinha poucos metros, é verdade, mas era ideal para treinar uns tombos de moto ou um carro atolado no meio de infinitas fazendas. No fim foi bem mais tranquilo que pensamos, passamos facilmente por lá e logo chegamos ao Poço Azul, onde fomos recebidos com uma imensa placa: ACESSO PROIBIDO.

Como a intenção era acampar lá por perto e não encontramos maneira de ultrapassar a cerca (cujo espaçamento estava de acordo com as normas da ABNT rs), nem achamos legal montar nossa barraca na beira da estrada, decidimos seguir por mais 35km até Bezerra, um distrito de Formosa. Assim que apareceram os postes vimos a Pousada Martins. Exaustos depois de percorrer 760km, pedimos asilo por lá e conseguimos um lugarzinho para montar a barraca por 20 pratas, com direito a ducha fria, banheiros limpos e grama fofa.

2º dia: Poço Azul
Disponível no Wikiloc.

Na manhã seguinte conversamos com o Uilton, que nos recebeu na pousada, falamos sobre o Poço Azul e ele confirmou que realmente estava fechado, mas que talvez seria possível entrar pra dar uma olhada. Como não andamos 760km pra passar direto por ali, resolvemos seguir pro poço. Mais 35km em uma estrada de condições medianas, com muitos buracos e costelas.

Chegamos e não havia ninguém por lá. No caminho vimos pelo menos três placas indicando que o acesso estava proibido, mas elas só existe no sentido Bezerra x Poço, quem sai de Cabeceiras não vê essas placas. Com a luz do dia foi possível ver um furo no canto da cerca, seria nossa passagem. Caminhamos algo como 100m sob a sombra das copas e de cara já vimos uma árvore pichada (!), o que mostra que os antigos visitantes não souberam apreciar o local.


Sou contra essa ideia de proibir o acesso a um local ~natural~, até porque acho que é preciso conhecer para se sensibilizar e preservar. Proibir acaba por separar ainda mais a sociedade e o ambiente, então o ser humano vê a cidade como seu único hábitat e esquece da importância do resto, daquilo que foi construído pelo tempo. Por outro lado, contradizendo meus próprios ideiais, vendo toda a tragédia dos comuns no caso específico do Poço Azul, entendo que a proibição teve seus motivos e foi importante. Porém ainda acho que os atores locais devem repensar a posição tomada e fomentar o turismo de forma consciente na região.

O que importa mesmo é que o Poço Azul é espetacular, sem palavras para descrever, talvez uma foto consiga representar um pouco do que é o lugar. Depois de muito contemplar a beleza do Poço, voltamos para a pousada, pegamos nossas coisas e seguimos para a Chapada dos Veadeiros, nosso primeiro destino seriam as cachoeiras do Macaquinho, um pouco antes de Alto Paraíso.

Passamos por dentro de Formosa, entramos e saímos do Distrito Federal, e alcançamos a GO-118. Até São João d’Aliança a paisagem é monótona, apenas fazendas sem fim e chapadões no horizonte. Depois de São João a vista se torna mais atraente, a cidade é considerada o portal da Chapada. Sem saber se teriam placas indicando a entrada para o Macaquinho, calculei a distância desta até um ponto de referência, que seria a cidade de São João. De acordo com o Maps seriam 54,2km. No mundo real deu um pouco mais, mas a entrada estava lá igual. Também havia uma placa, mas ela está um pouco judiada, então o motorista pode passar direto sem perceber.

A estrada de terra para o Macaquinho é bem sinalizada e está em boas condições, com exceção da última descida. Minha recomendação pra quem vai de carro 1.0 é: NÃO DESÇA ATÉ O FINAL! Assim que avistar a placa de ‘400m para Macaquinhos’, estacione e vá o resto a pé. Como chegamos lá no começo da noite e não tínhamos muita visibilidade do que era a estrada, descemos até o fim e descobrimos a encrenca do outro dia só depois.

Cheguei no Santuário, desci da moto e dei uma olhada por lá enquanto as meninas não chegavam. De cara uma notícia não muito agradável para meus parâmetros: a diária do camping era 50 PRATAS! Como já estávamos lá e já era noite, não tinha muito pra onde correr. Era chorar um pouco com o rapaz que tomava conta da área. Ele disse que no outro dia conversaria com a gente…


O Santuário em si é bem agradável, mas não vale nunca 50 pratas pela dormida. A área de camping é extensa, bem plana e é tudo areia. São duas duchas de água fria (sem porta) e dois banheiros (com porta mais ou menos e em estado crítico) em uma área. Cozinha com fogareiro e freezer. Não tem luz. No outro dia com a claridade descobri dois novos banheiros, que estavam limpos (a galera que estava lá não devia ter prestado atenção neles). Por essas e outras não vale 50 reais a dormida, mas vale sim 20 pela visita (talvez 30/35 reais pelo camping seria um preço mais justo, srx. proprietárix).

3º dia: Vale do Rio Macaquinho
Disponível no Wikiloc.

Acordei com a claridade do dia. Giulia queria dormir mais um pouco e as meninas levantaram só depois. Aproveitei pra dar uma voltinha por lá, o Sol ainda nem iluminava o vale. Tomamos café e logo arrumamos nossas coisas para conhecer as cachoeiras do Macaquinho. Tendo em vista o preço exorbitante do camping decidimos por ir pra São Jorge ainda hoje. Pra isso teríamos que curtir as cachus, almoçar e arrumar as tralhas antes do fim da tarde, pra não pegar a estrada (principalmente a subida da morte) durante a noite.

A trilha tem aproximadamente 4km de extensão, passando por 7 cachoeiras ou poços para banho. O caminho é autoguiado, não tem errada, exige um pouco de preparo físico na descida para alguns poços, mas nada de outro mundo. O que pode surpreender os menos preparados é o Sol do cerrado, que é bruto.

Pé na trilha e em menos de 100m já quase pisei numa cobra enquanto marcava um ponto no GPS. Ela era pequena, parecia pra mim uma jararaca, mas como não sou especialista… enfim, só fiquei mais atento ao mexer no GPS desde então. Rapidamente se chega na primeira queda e, logo depois, primeiro poço, é o Poço Sereno. Como ainda era cedo e o Sol mal aquecia ainda, deixamos pra volta. De qualquer forma, era bem convidativa as águas verde esmeralda.


Seguimos mais um pouco e encontramos a entrada para a cachoeira da Pedra Furada. Só pra ver mesmo, não tem onde se banhar e, pros menos acostumados, é bom ter algum cuidado ao andar sobre as rochas.

Mais um pouco de caminhada e a entrada para a cachu do Banho Pelado, como o próprio nome tenta dizer, é uma cachu pra nudismo. Descemos até lá, a descida aqui é bem pesada. O rio aqui se aperta num cânion, então durante a manhã bate pouco Sol lá. Não achei nada demais na cachoeira, apenas uma pequena queda e o rio que se espalha um pouco depois, só se o sujeito for adepto ao naturalismo.

Caminhamos um pouco mais pelo cerrado, com o Sol já esquentando e logo avistamos um grande poço, porém sem um caminho até ele. Então seguimos adiante e encontramos o Poço do Jump e, logo abaixo, a Cachoeira da Luz. Parece que o pessoal gosta de nomes que representam bem o local, nesse Poço do Jump dá pra pular do alto de uma rocha (por onde passa a trilha) até o poço. Não é muito alto, bom pra quem ainda tá começando nesses saltos. Foi aqui que demos nosso primeiro mergulho nas águas verde-esmeralda da Chapada dos Veadeiros.

Depois do refresco e de calangar no Sol, resolvemos descer para as duas últimas cachoeiras. Tinha maior expectativa em relação a Cachoeira da Caverna, que achei bem bonita e com um poço bom pra nadar, pelas fotos. A realidade correspondeu à expectativa criada, poço muito bom, queda acessível e alguns lugares para saltar.

A última cachoeira, a do Encontro, também vale a pena. A queda é bem bonita, como o próprio nome sugere, são dois rios que se encontram no meio da queda. O poço é meio apertado entre paredões, mas ainda assim dá pra nadar tranquilamente, o que pode faltar é Sol.

Depois de aproveitar bastante, principalmente as duas últimas, voltamos para o acampamento, onde fizemos nosso almoço e arrumamos nossas coisas, já que seguiríamos para São Jorge. A Giulia estava meio ressabiada sobre o carro vencer a subida de talco, então combinei com ela de subir com a moto até um ponto bom para parar e esperar pra ver se ela conseguia subir também. Caso contrário, desceria e tentaria subir com o carro.

Com alguma tranquilidade subi com a moto e parei numa abertura da estrada à esquerda. A subida é bem difícil pra carros 1.0, além de muito inclinada, há uma terra bem fina sobre as lajes, que dificulta a tração do carro. O negócio seria subir no embalo. Assim que desci da moto e olhei para o final do morro, vi o Gol subindo bem devagar. Não deu outra, morreu. Por sorte tinha uma galera subindo a pé (eles haviam deixado o carro na placa de 400m) e um se habilitou a subir com o carro, então nem precisei descer o morro. O cara deve ter voltado lá no acampamento pra pegar embalo. De lá de cima vi o carro aparecer numa velocidade, saltando sobre as lajes, sacudindo de um lado pro outro e patinando na terra fina. Uma hora achei que não ia ter como, mas o Gol foi valente, tracionou e conseguiu subir. Alívio geral. Passada a pior parte, a Giu assumiu o volante e seguimos tranquilamente pelo resto da estrada de terra. Chegamos no asfalto e já era noite.


Passamos em Alto Paraíso para sacar dinheiro. Quer dizer, só eu iria sacar dinheiro. As meninas aproveitaram e compraram algumas pulseirinhas na praça da cidade. Tinha até uma pista de skate lá. Alto Paraíso me lembrou um pouco de São Tomé das Letras, uma penca de ~hippie~ vendendo arte, alguns enchendo o saco. No fim São Tomé tem uma atmosfera melhor. Achei Alto Paraíso bem comercial, voltada pra turistas mesmo. E o pessoal lá fala mal de São Jorge. Engraçado.

Depois de não conseguir indicação de camping e comer uma pizza na praça, seguimos para São Jorge. Estrada vazia. Paramos em algum lugar depois do Jardim Maytreia para admirar as estrelas. Era semana de lua nova, então tínhamos bastante visibilidade. Depois de várias tentativas frustadas de tirar uma foto das estrelas, muito por causa da ação do vento e pela falta de um tripé, seguimos adiante.

Chegamos em SJ por volta de 9 horas, acredito. Cidade estava bem movimentada, muitos carros estacionados na rua. O Encontro de Culturas estava para começar. Sem nenhuma indicação de camping, saímos a procura, de preferência um fora da rua principal. Seguimos em direção ao Parque Nacional mas só encontramos campings lotados. Eis que quando pensávamos no que fazer, vimos um muro escrito: Camping da Dona Ana (aliás, é uma característica comum de SJ pintarem o nome dos proprietários nas paredes). Fui lá saber do que se tratava e fui recebido pelo filho dela. Ele me mostrou a área, não era das maiores e nem das melhores, mas não estava cheia e o preço estava justo, 20 reais a diária. Ficaríamos três noites por lá. Pagamos adiantado, acho que é política do pessoal da região. O filho da Dona Ana permitiu que eu guardasse a moto dentro da propriedade, que nada mais é que um quintal. O carro teve que ficar na rua. Por sorte conseguimos estacioná-lo bem na entrada da casa, mas as vagas por lá são concorridas. Seriam três noites de chão duro.

4º Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros: Trilha dos Saltos
Disponível no Wikiloc.

Chapada dos Veadeiros é mais ou menos assim: tudo ao redor do Parque custa pelo menos uns 20 reais por cabeça pra entrar. Então priorizei as trilhas gratuitas e as atrações imperdíveis. Os dois primeiros dias em São Jorge tinham como destino principal o Parque Nacional. Chegamos lá cedo e o negócio já estava cheio, parecia excursão de escola. Tivemos que assistir um vídeo sobre o PNCV e sobre como se portar num ambiente daqueles. Ainda bem que era um vídeo bem curto. Aqui ficamos sabendo que o atrativo Corredeiras estava temporariamente suspenso (fora do cardápio), pois estavam melhorando o acesso por lá. Bem na alta temporada, isso que é planejamento!


Escolhemos a trilha para os Saltos, cartão-postal da Chapada. Enfrentamos um pouco de congestionamento ao sair da sede, pois, no começo, só tem como andar em fila indiana. Depois da bifurcação para o Cânion a coisa melhorou e seguimos tranquilamente até o fim do caminho. Em julho o Sol do cerrado castiga sem dó. Sombra somente em algumas partes do trajeto, a trilha é bem exposta. É praticamente só descida da portaria até os Saltos, o desnível final, que leva ao leito do Rio Preto é bem acentuado, que exige um bom preparo na volta. Não há fontes de água pelo caminho, pelo menos foi assim em julho. São aproximadamente 4.700m da portaria do PNCV até o Rio Preto, então é bom caprichar nas garrafinhas de água (pelo menos 1L/pessoa) e no lanche.

O Rio Preto é excelente para nadar, embora o Parque limite a área de banho a um trecho pequeno do rio (não é permitido nadar próximo a queda por medida de segurança). Ficamos por lá praticamente o dia inteiro, nadando e calangando nas pedras. Estava bem cheio, mas como chegamos relativamente cedo, encontramos lugar para deixar as coisas. Na volta descemos pelas pedras do rio até o Salto 120, de onde se pode contemplar a queda e o vale do rio Preto, que se abre adiante. Ficamos pouco tempo lá e, quando estávamos de saída, apareceram dois monitores do Parque dizendo que não poderíamos ficar ali, que era perigoso (claro que o PNCV tem que zelar pela segurança dos visitantes, mas, enfim...)

Depois de nadar o dia inteiro a volta foi bem cansativa. Praticamente rastejamos no caminho de volta. Pra piorar as coisas, tínhamos pouca água e nada de comida. Um passo de cada vez chegamos na vila em busca de um almoço, pois a possibilidade de chegarmos no camping e prepararmos uma refeição tendia a zero. Depois de avaliar alguns restaurantes, comemos em um self-service com preço razoável. O prato caprichado (não era tipo pedreiro) saiu por 11 reais. Deu até pra pedir um suco natural pra acompanhar.


Como era princípio de festival, São Jorge estava bem cheia. Durante a noite saímos batendo perna pra cima e pra baixo, sem rumo, mas logo sentimos o cansaço e voltamos pro camping para descansar para a trilha do dia seguinte.

5º Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros: Trilha dos Cânions + Mirante
Disponível no Wikiloc: Trilha dos Cânions e Mirante.

Parque de novo! Dessa vez resolvemos ir mais cedo e combinamos com o pessoal 08h30 lá na portaria. Como o camping da Dona Ana é perto da entrada, algo como 10 minutos caminhando, saímos em cima da hora. Estava mais vazio, é verdade, mas tivemos que esperar um outro pessoal, então acabou que não foi muito proveitoso chegar cedo. Pelo menos, dessa vez, não precisamos ver o vídeo de apresentação.

Dei uma caprichada no lanche, pra não repetir a exaustão do dia anterior. Quando todo mundo estava presente, puxei a fila para os Cânions. A trilha tem um declive inicial até por volta dos 2000m, depois disso é praticamente plana, com outro desnível acentuado na chegada para a cachoeira Carioquinhas (como pode ser visto AQUI). Como o dia estava com muitas nuvens, mas sem possibilidade de chuva, o Sol aliviou um pouco, porém, assim como a Trilha dos Saltos, a dos Cânions é bem exposta, e as árvores do cerrado oferecem pouca sombra. Falando em cerrado, passamos por muitas canelas-de-ema (e muitas outras velloziaceae). Em alguns pontos elas dominavam completamente a paisagem.

Da portaria do PNCV até os Cânions e depois a cachoeira Carioquinhas foram 6.120 metros. A caminhada é tranquila, alguns pontos exigem um pouco mais de preparo físico, mas nada de outro mundo. Ao contrário da Trilha dos Saltos, nesta há alguns pontos de água pelo caminho, o que ajuda bastante.
O Cânion é bem agradável, gostei mais de lá do que da Carioquinhas. A passagem da água é bem estreita, deve ser interessante vê-lo na época de cheia (o ruim é que o Parque costuma proibir as visitas nesse período). As paredes do cânion formam uma boa plataforma para saltos, das mais diversas alturas e dificuldades. A jusante do corredor estreito há um grande poço. Como chegamos mais cedo que a maioria do pessoal, conseguimos um bom lugar para deixar as coisas.

As muitas nuvens e o vento frio deram uma desanimada no nosso grupo, além disso, chegou muita gente também e todos estavam empoleirados sobre as pedras ao redor do poço. Como já havíamos aproveitado o local, inclusive nadando dentro do cânion, resolvemos seguir viagem para a Carioquinhas.

Como disse anteriormente, a trilha até lá é praticamente plana, só há um desnível acentuado chegando na cachoeira. E é um senhor desnível. Colocaram até uma escada de madeira em algumas partes da trilha. De cima já vimos que tinha muita gente. De baixo pareceu ainda mais cheio. Ficamos numa queda com poço de menor apelo, à direita da cachoeira (considerando que se está de frente pra ela). Nadamos um pouco. Aquela muvucada toda não era muito agradável. Então lembrei do Mirante da Janela e perguntei se a galera animava de ir pra lá. Todo mundo animou, mas na hora de voltar pela trilha a maioria preferiu esperar mais um pouco (rs). Na verdade, só a Giu e eu voltamos. Tínhamos pressa porque ainda almoçaríamos antes de pegar a trilha, que leva ao mirante com a vista dos dois Saltos do Rio Preto.

Chegamos na vila e fomos almoçar. Demos uma olhada em outros restaurantes, mas, no fim das contas, almoçamos no mesmo. A Giulia deu uma olhada em umas lojinhas de roupa depois do almoço e, assim que ela achou sua lembrancinha, tratamos de seguir para o mirante. Pegamos o carro e seguimos em direção ao Parque, um pouco antes da portaria há uma bifurcação, com placa indicativa para o mirante. É só subida até lá, com alguns trechos bem ruins, com muitos buracos, mas o Gol (valente!) subiu tranquilo.

No alto chegamos numa espécie de rotatória/praça, perto de uma antena. Tinha uma galera por lá e vários carros. Estacionamos num canto e já seguimos pela trilha. A trilha é bem batida e com muitos desníveis, mas sem sinalização alguma. Embora o GPS indicasse a proximidade do mirante, o por do Sol iminente, a falta de uma lanterna e a dificuldade da trilha, resolvemos abortar a ida até o mirante. A Giu parou em um ponto anterior, desci mais um pouco até uma espécie de mirante, mas que tinha a vista somente pro Salto 120. Ficou pra próxima, assim como a Catarata dos Couros.


A noite demos outra volta na cidade. Comi um pastel e uma pamonha em uma das pastelarias de lá. O dono do lugar me garantiu que tinha a melhor pamonha da região, até saber que eu era mineiro. Não que eu seja um sommelier e pamonha, mas mineiro entende dessas coisas. No final das contas ele devia ter razão mesmo (no que se refere a qualidade da pamonha), era muito boa e no restante da viagem fiquei desejando mais uma daquelas.

6º São Jorge x Cavalcante: Vale da Lua e Jardim Maitreya

Pé na estrada porque a viagem continua! Levantamos e tomamos café sem pressa, com tudo arrumado saímos para o Vale da Lua, que fica a poucos quilômetros da vila de São Jorge. No roteiro original tinha escolhido o Vale da Lua e a Fazenda São Bento como lugares pagos que valia a pena visitar ao redor de Alto Paraíso e São Jorge. Como não deu pra seguir o planejamento certinho, acabou que teríamos que escolher entre um dos dois. Ficamos com o Vale.

A entrada para a propriedade é bem sinalizada, há uma placa bem grande lá, inclusive outra de VENDE-SE. Por uma estrada de terra em boas condições descemos até o estacionamento. Estava até vazio. Deixamos o carro e a moto numa sombra, separamos o necessário e descemos até a entrada. 20 reais o ingresso, um pouco salgado, né? Fiquei com preguiça de chorar no valor da entrada, tendo em vista minha preguiça e o insucesso anterior lá no Macaquinho. Assinamos o livro e descemos pela trilha.

O caminho é bem cuidado, com algumas intervenções para minimizar o impacto sobre o solo e a vegetação, e bem sinalizado também. Meio difícil se perder por lá. O solo sumiu e apareceram as famigeradas rochas esculpidas pelo tempo. Também surgiram as placas dizendo que o visitante não podia ir ali e nem lá. Surgiram muitas pessoas e também pequenos poços, bem pequenos mesmo. Piscinas. O Vale da Lua não me cativou. Não consegui me sentir bem lá. Tentei nadar um pouco para esfriar a cabeça. E deu pra esfriar bem, gelada essa água do rio São Miguel.

Cacei uma sombra enquanto as meninas calangavam sobre as rochas. Quando me dei conta, vi que o lugar estava LOTADO. Tinha que pedir licença pra entrar na água. Acho que ninguém se sentiu bem lá. Arrumamos nossas coisas e voltamos pela trilha. Agora acho o Vale da Lua um lugar superestimado.

Na ida para Cavalcante paramos na beira da estrada para contemplar as veredas do Jardim Maitreya. Coisa bem bonita, ainda mais com o Morro da Baleia ao lado. Seria melhor se estivesse na sombra daquelas veredas. Paramos em Alto Paraíso para abastercer e almoçar. Tinha um restaurante bom perto da rodoviária da cidade, com um preço bem justo e uma torta de limão que também ficou nos meus pensamentos.

7º Cavalcante: Cachoeira Santa Bárbara e Capivara
Disponível no Wikiloc.

Em Cavalcante ficamos no camping Estância Solar. Chegando na praça central da cidade, onde fica o posto de gasolina, é só seguir a estrada de terra que vai pra Colinas do Sul. Depois de passar uma ponte de madeira e dois quebra-molas, há uma entrada à direita e uma placa indicando camping. É uma espécie de sítio e estava vazio. Fomos bem recebidos pelo Fernando e sua esposa, cujo nome esqueci. O lugar tem uma boa infraestrutura e com o preço bem justo, 30 pratas e ainda dormiríamos sobre uma grama bem confortável.

Acordamos 07h00, queria sair cedo pois teríamos um pedaço bom de chão até a comunidade Kalunga II. A estrada está em boas condições, só piora na subida da serra, mas é coisa pouca e um carro de passeio vai tranquilo. Ressalto que a saída de Cavalcante e a bifurcação para o quilombo é bem sinalizada, então não tem errada.


Entramos pelo caminho da direita, que leva ao quilombo, um pouco depois demos de cara com uma travessia de água. Era bem pouca (mal sabia o que vinha pela frente!), mas temi que o carro não desse conta. Havia muitas placas de carro no local, assim como restos de carenagem. A poça não era muito grande, então fomos lá analisar. Do lado esquerdo muitas pedras e um nível menor de água (que poderia ajudar na tração mas detonar o carro). Já do lado direito não havia pedras no fundo, mas a poça era um pouco mais profunda, batia um pouco abaixo da metade da canela. Enquanto decidia por onde passar com o carro, chegou um baiano em um sedan e um senhor de cavalo, vindo do quilombo. O do cavalo garantiu que carros passam por ali e indicou o melhor caminho, que era pela margem direita da poça (pra quem vai pra comunidade). O cara de Salvador não perdeu tempo pensando e já foi passando com o sedan dele, vendo que era possível, fui lá e passei com o Gol também (se o sedan passou imagina se o hatch ia ficar agarrado).

Depois dessa poça não tivemos mais emoção até chegar na comunidade. Como a presença de guia é obrigatória, a estrada já nos leva direto para o Centro de Atendimento ao Turista. Lá pagamos o ingresso (20 reais) e acertamos com o guia (70 reais por grupo). Como Santa Bárbara já está bem conhecida, não é dicífil arrumar um grupo lá na hora pra dividir o valor da guiada. Nosso grupo acabou juntando com o casal de Salvador (o cara do sedan) e seguimos para a cachoeira.

Se não me engano nosso guia chamava Márcio, ele nos disse que dava pra ir com nosso carro até o estacionamento com tranquilidade. Perguntei porque sabia que havia mais algumas travessias de água para o caminho até lá. Como estávamos em julho, período de seca, arrisquei. Era isso ou andar um bocado de chão sob um Sol senegalês de um céu sem nuvens.

Como o tempo na cachoeira Santa Bárbara é CRONOMETRADO (cada grupo fica uma hora lá, talvez em baixa temporada deixem ficar mais), e já tinha muita gente, tratamos de seguir rápido pra tentar aproveitar melhor a cachu. Ledo engano.

A estrada do CAT até o estacionamento está em condições medianas, dá pra rodar tranquilo com um carro de passeio, mas é preciso se atentar para buracos e pedras. São mais duas travessias de água até o estacionamento, com mais água que a anterior. A primeira foi tranquila, se os guias servem pra alguma coisa é pra orientar o melhor caminho nessa hora. A segunda deu medo. Rs. Senti a água passando sobre o capô do carro, mas o Gol , mais uma vez, foi valente e cumpriu sua missão com louvor.

Do estacionamento, sem nenhuma sombra pra deixar o carro, caminhamos mais um pouco, coisa de 20 a 30 minutos. Entramos pelas matas de galeria e logo temos uma pitada do que nos aguarda. Uma pequena queda a jusante da Santa Bárbara com uma coloração de água incrível. Subimos mais um pouco, pelas margens do rio, até encontrar o principal atrativo. Realmente, é tudo muito bonito lá. O que atrapalhou foi o galerão, parecia mais final de semana no clube, e olha que era segunda. Alta temporada tem dessas coisas, fica a deixa pra voltar lá com menos tumulto.

Aproveitamos nosso tempo lá, até combinamos com um outro pessoal de ir para o Rei do Prata no dia seguinte. Voltamos para o carro e seguimos de volta para o CAT. Lá o pessoal de Salvador se despediu, eles ainda iriam pra Brasília. O Márcio entrou no Golzim Valente e fomos para a Capivara.
A estrada para a cachoeira Capivara não revela nenhum desafio, exceto o de desviar dos buracos. Deixei o carro numa sombra e seguimos por uma trilha em meio ao cerrado. Logo chegamos no rio, mas a cachoeira está bem mais pra baixo. Descemos, ora por trilha, ora por escadas esculpidas em pedra, até chegarmos ao poço da Capivara. Águas verde-esmeralda. Sol no capricho. Foi assim o fim de tarde.


Já ia me esquecendo, no caminho para o quilombo passamos pelo Mirante Nova Aurora, bem ao lado da estrada, que revela uma boa vista de Cavalcante, rodeada por serras. Já no alto deste primeiro patamar da serra, há uma entrada para a cachoeira Ave Maria. Seguimos alguma centena de metros por uma estrada de terra e areia, mas nada preocupante. Do estacionamento se caminha mais 100m até um mirante, com a visão da cachoeira. Não tem poço, somente a água escorrendo pelas vertentes e caindo em uma fenda no fundo do vale. No inverno a água é pouca, o mais interessante são as plaquinhas com os nomes populares e científicos de diversas espécies do cerrado.

8º Cavalcante: Rei do Prata
Disponível no Wikiloc: Estrada e Trilha Rei do Prata.

Das cidades que passei, na região da Chapada dos Veadeiros, Cavalcante foi a que mais me encantou. Tem aqueles ares de cidade do interior mineiro e não tem uma pegada tão comercial/turística, como Alto Paraíso e a vila de São Jorge. É um lugar pra descansar, relaxar e apreciar.

No dia anterior marcamos de encontrar um pessoal na praça da cidade, em frente ao posto de combustível, às 8h00. Levantamos cedo, tomamos café e saímos em cima da hora (na verdade tinha até passado), mas como o camping ficava a menos de 5 minutos da praça, não tinha problema. Ficamos lá até 8h30, nem sinal da galera, então resolvemos seguir para o Rei do Prata.

As cachoeiras do rio do Prata ficam na divisa entre Goiás e Tocantins, em alguns trechos o rio é a própria divisa natural entre os estados. Para chegar até lá é preciso seguir por 62km em estradas de terra, que, no geral, está em boas condições. Saímos de Cavalcante sentido cachoeira Santa Bárbara e seguimos à esquerda na bifurcação para a comunidade Kalunga. 20km após a primeira bifurcação aparece a segunda, também com placas indicativas, aqui seguimos sentido povoado São José, Vão do Moleque e cachoeiras do Prata. 20,5km após a segunda bifurcação, após passar por uma ponte de madeira, há uma entrada à direita da estrada, um caminho estreito (passagem para um só carro) com alguns trechos de areia batida e outros de cascalho. Descemos por essa estradinha estreita até chegar numa área mais aberta, que era o estacionamento.


Chegamos por volta de 10h no estacionamento e encontramos dois carros por lá. Parei numa sombra, arrumamos nossas coisas e tratamos de dar início a caminhada que, pelo que me lembrava, seria de 7km. Começamos a pernada por uma trilha que aparece à esquerda da porteira, que leva ao primeiro poço (Quem quiser ir direto para o Rei do Prata pode passar pela cerca/porteira e seguir pela estrada até ela virar uma trilha). A primeira queda fica a uns 5 minutos do estacionamento, tinha um pessoal por lá, alguns acampados e mais carros nessa outra área perto da queda.

Embora a primeira cachoeira seja bem bonita, resolvemos continuar a pernada, pois o Sol já estava cozinhando e ainda era só o começo. Seguimos pela trilha da margem esquerda do rio do Prata e logo encontramos outro poço. Era um afluente do Rio da Prata, com águas bem calmas e um poço de água cristalina, que pedia um mergulho. Ainda que estivesse com muita vontade de mergulhar, deixei esse poço para a volta (acabou que não passamos por lá, ficou pra próxima). Um pouco depois cruzamos o rio para a margem direita, num ponto que lembrava um lajeado e que formava vários poços, que também instigavam um mergulho.

Após cruzar o rio, eis que aparece, no meio do cerrado, uma placa: vende-se caldo de cana. Achando graça segui pela trilha e logo estávamos na segunda cachoeira, que se assemelha com a primeira, mas que aparenta ter um acesso mais difícil. Como nas outras, não descemos até o poço, seguimos pela trilha e logo caímos na estrada. Sob um Sol forte e um céu azul sem nuvens seguimos pela estrada de cascalho até a terceira cachoeira. Apenas olhamos e retornamos pra estrada, descemos até o fim dela, em um trecho que temos que atravessar o rio. Como não dava pra passar seco pelas pedras, tivemos que tirar as botas e nos equiibrar sobre as pedras submersas para não cair na água.

Seguimos agora pela margem esquerda do rio da Prata, em um trecho que oferece um pouco mais de sombra. Adiante cruzamos o rio mais uma vez, agora por um trecho mais complicado para atravessar com as botas, pois necessita de alguns saltos e de se equilibrar nas pedras. Também tem a opção de cruzar pelo rio numa parte rasa um pouco mais a frente. Pela margem direita agora nos afastamos do rio, passamos por uma veredinha, ideal para abastercer as garrafas com água. Avistamos um rancho à direita, na verdade mais parecia um estábulo. Encaramos uma leve subida e tornamos a descer, nos aproximando novamente do rio da Prata.

Mais um pouco de caminhada e conseguimos avistar o rio a nossa esquerda. Entramos em um trecho com vegetação um pouco mais densa e o solo mais úmido, provavelmente um pequeno afluente do rio. Descemos em direção ao rio por degraus esculpidos por pequenas erosões e logo chegamos ao seu leito. Aqui atravessamos para a margem esquerda por uma tábua sobre a água e descemos até o nível do poço. Tinha um pessoal lá, mas eram poucas pessoas. Avistei o poço e continuei seguindo pela trilha, depois de uns 300 metros de caminhada cheguei em um mirante, onde o vale do rio da Prata se abria.

Retornei ao poço e por lá ficamos um bom tempo, curtindo as águas verde-esmeralda do Rei do Prata. O poço é bem grande, a queda é bem forte, então se aproximar dela é algo difícil. Era o último dia das meninas na Chapada dos Veadeiros, na manhã seguinte elas retornariam para BH e eu encararia o Jalapão, sozinho e de moto. Acho que encerramos com chave de ouro, pra mim Rei do Prata foi o lugar que mais valeu a pena na Chapada dos Veadeiros, assim como o Poço Azul de Formosa. Valeu cada quilômetro rodado nas estradas de terra do norte goiano.


Por volta de 15h00 deixamos o Rei do Prata para trás. Antes de chegar no carro ainda paramos na terceira cachoeira para nos refrescar. Sem problemas voltamos para Cavalcante, pegando o por do sol no meio do caminho. Chegando na cidade fomos direto para a pizzaria, perto do nosso camping, encerrando simbolicamente nossa passagem por Goiás.

DICAS E INFOS:
Chapada dos Veadeiros, para mim, foi o lugar mais comercial de toda a viagem. Talvez pela proximidade de Brasília, que é um grande centro, e pela facilidade de acesso. Em todo canto tem uma loja, tem alguém querendo vender alguma coisa ou cobrando ingressos supervalorizados. Por outro lado, tem como escapar da muvuca de Alto Paraíso e São Jorge e conhecer lugares incríveis. Cavalcante é um desses lugares e aposto que tem outras cidades assim por lá. É um lugar para voltar mais vezes e explorar o lado B, digamos assim, como a Catarata dos Couros, as cachoeiras do Macacão e o que se encontra ao redor do Parque Nacional.

Julho é uma época boa para ir pelo tempo, quase certeza de dia quente e noites agradáveis. Para quem curte tranquilidade, talvez seja melhor escolher outra época. Pelas férias, facilidade de acesso e realização do Encontro de Culturas as cidades e vilas enchem, fica difícil ter um pouco de sossego. Como a maioria dos atrativos ficam distantes das cidades, o ideal é ter um carro ao fazer uma viagem para a Chapada dos Veadeiros. Uma opção para os que não tem carro próprio é alugar um em Brasília, onde o preço é melhor. Indo duas pessoas, o custo com o carro alugado já é bem menor que os gastos com transfer e passeios fechados.

Como disse anteriormente, essa pegada mais comercial-turística dos Veadeiros se reflete nos preços praticados por lá. Não são exorbitantes, mas são superiores aos preços encontrados na Chapada Diamantina, por exemplo.

TOTAL DE GASTOS:

Gasolina: 168,27$
Hospedagem: 190$
Alimentação: 222,10$
Ingressos: 52$
TOTAL: 632,37$

COMO CHEGAR:
A Chapada dos Veadeiros está localizada no norte goiano, relativamente próxima a divisa com o Tocantins. Desde Brasília, capital mais próxima, são 270km de distância, por rodovias asfaltadas até São Jorge, onde está localizado o Parque Nacional. Os principais centros são Alto Paraíso de Goiás, São Jorge (povoado de Alto Paraíso) e Cavalcante. São João d’Aliança é conhecida como portal da chapada e possui várias cachoeiras no seu entorno, mas ainda é um local pouco procurado. O acesso à chapada é feito pela rodovia GO-118/BR-010.

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