02/03/2016

7 days in sunny june: Chapada Diamantina

Uma viagem de sete dias, entre ida e volta, desde Belo Horizonte até a região da Chapada Diamantina, na Bahia. Aproximadamente 2.700km percorridos numa DR650 e  XTZ125, passando pela Cachoeira da Fumaça, Poço Azul e Poço Encantado, dentre outros encantos da Chapada.


1º dia: BH x Janaúba
Deslocamento total: 600km


Duas semanas antes da viagem, encontrei o Kenny na UFMG. Ele me disse que estava afim de fazer uma viagem e me falou da Chapada Diamantina. Na hora pensei bem alto: de moto? E assim a viagem começou. Como era época de Copa do Mundo as férias da Federal começaram um pouco antes. Mal planejamos e organizamos esta viagem. Até poucos dias antes de sair de BH mal sabíamos qual seria nosso destino (ou base), o que veríamos por lá e etc. Isso sem falar na grana, fomos com o que tinha no banco, talvez o suficiente pra uma semana.


Depois alguma espera, e de um planejamento mínimo, saímos numa manhã de segunda-feira (16/06) de Belo Horizonte. Encontrei com Kenny por volta de 7h30 em um posto logo após o CEASA, já na BR-040. Decidimos subir pra Bahia pelo Norte de Minas, pegando estradas menos movimentadas que a BR-381 e 116. Para o primeiro dia de viagem nossa expectativa era dormir em Monte Azul, a 640km de BH, penúltima cidade antes da divisa com a Bahia.




Saindo da região metropolitana de BH o trânsito na BR-040 e, posteriormente, na 135 estava bem tranquilo. Seguimos direto até Bocaiúva, a 390km de BH, onde paramos pra almoçar na casa da Noemia, uma prima de meu pai e que sempre me acolhe bem quando estou por lá. Chegamos por volta de 12h30 e almoçamos com certa pressa, já que queríamos sair de lá antes das 14, ainda tinha muito chão até Monte Azul. A Noemia nos convidou pra dormir por lá e continuar a viagem no outro dia, mas nossa ansiedade era tamanha que nem pensamos na possibilidade. Convencemos ela do contrário e seguimos viagem norte afora.


Saindo de Bocaiúva, o Kenny resolveu parar em uma oficina pra regular a relação da moto. Seguimos por mais 45km até Montes Claros, centro do norte do estado, onde paramos pra abastecer as motos. Lá o Kenny percebeu que ao invés de afrouxar a corrente, que já estava enforcada, o cara tinha apertado mais ainda.



Depois de regular a corrente mais uma vez e abastecer, saímos de Montes Claros pela BR-251, que leva ao Vale do Jequitinhonha, para então pegar a BR-122, que sobe pra divisa com a Bahia. A 251 tem um movimento intenso de caminhões e carretas nas proximidades de Montes Claros, sem falar no asfalto com muitas irregularidades. O trânsito e as ultrapassagens nos deixaram desatentos para as placas indicativas e acabamos passando direto pelo trevo que dá acesso à BR-122. Uns 20km depois percebi que seguia pelo caminho errado. Dei sinal pro Kenny, paramos num posto, perguntamos e confirmamos que o trevo tinha ficado pra trás.


Agora pela rodovia certa, pegamos as infinitas retas da BR-122, já bem próximo do fim de tarde. A noite caiu e continuamos acelerando. Por volta das 19h chegamos em Janaúba, a 560km de BH, onde encerramos o expediente. Ficamos em um hotel simples da avenida principal, onde cada um pagou 30$ pela noite (sem café da manhã).


2º dia: Janaúba x Mucugê
Deslocamento total: 590km


Levantamos cedo no segundo dia de viagem (17/06), arrumamos nossas coisas e já tratamos de sair. Antes uma passada no posto pra abastecer as máquinas e checar o nível de óleo. O céu estava claro, sem sinal de nuvem, mas a temperatura ainda amena pelo horário. Seguimos pela BR-122 sentido Bahia passando por várias cidades do norte mineiro. Já em território baiano a BR continua boa e praticamente sem movimento.
Seguimos direto até Guanambi, onde chegamos no finalzinho da manhã. Paramos pra almoçar e abastecer as motos. Fomos surpreendidos positivamente pelo preço da gasolina, bem mais em conta que BH. No posto os frentistas começaram a puxar conversa, perguntando pra onde estávamos indo. Ao saber que nosso destino era a Chapada Diamantina, eles perguntaram qual caminho faríamos. Por incrível que pareça ainda não estava 100% decidido até o momento. Nossa ideia era subir até a BR-242 e de lá rumar pro leste, pra Chapada. Invariavelmente pegaríamos um trecho de terra neste trajeto. Um dos frentistas sugeriu um caminho melhor, saindo de Guanambi sentido Brumado e, depois, Sussuarana, onde deveríamos seguir para o norte até a região da Chapada. O único porém era o trecho Brumado-Sussuarana, que não sabia como era e que o rapaz falou que estava ruim, embora fosse asfaltado.


Saindo de Guanambi pegamos um pequeno trecho de serra, com ventos laterais bem fortes. Não é à toa que instalaram um parque eólico por lá. Passamos direto por Caetité e seguimos acelerando até Brumado. Sem saber que tínhamos a opção de cortar por fora da cidade, pegamos a estrada que levava direto ao centro do lugar. O trânsito estava terrível, mas conseguimos sair de lá sem perder muito tempo. Logo estávamos na rodovia que liga Brumado a Sussuarana.
O trecho começou promissor, com pouco movimento e asfalto bom, embora visivelmente gasto e sem nenhuma sinalização horizontal. Poucos km’s depois começaram a aparecer alguns buracos, depois tudo se transformou em buraco e era cada um por si. Nisso começaram a aparecer carretas em ambos sentidos, dificultando ainda mais a pilotagem. O negócio era escolher o buraco mais raso ou menor, às vezes era mais jogo andar na terra da beira da estrada, onde o asfalto já tinha desaparecido por completo.


Depois de um bom tempo de zigue-zague e sem prejuízos materiais, vencemos os aproximadamente 50km do trecho e antes do final da tarde já estávamos na rodovia BA-142, cada vez mais próximo do Parque Nacional da Chapada Diamantina.


Já era noite quando estávamos no meio do Parque Nacional (já que a rodovia passa dentro dele) e não conseguimos ver muita coisa, somente a silhueta de alguns morros, já que era noite de lua nova. Chegamos a Mucugê por volta de 20h, cansados após um dia puxado de viagem. Não procuramos por camping, resolvemos buscar uma pousada mais em conta e encontramos uma no meio da cidade. Ficamos em um quarto coletivo (embora só tivesse a gente lá) e cada um pagou 35$ pela noite de sono em uma cama, sem café da manhã.


3º dia: Poço Encantado e Poço Azul
Deslocamento total: 220km


Os pernilongos dominaram a noite no quarto. No terceiro dia acordamos um pouco mais tarde e saímos com menos pressa, pois já estávamos na Chapada. Do lado de fora vimos que a cidade já se aprontava para o São João, que começaria nos próximos dias. O céu não estava dos mais belos, pelo contrário, as nuvens dominavam, bem típico de uma manhã numa cidade serrana.


Tomamos café e decidimos dar a volta no Parque Nacional pra chegar ao Vale do Capão, aproveitando pra conhecer um tal de Poço Encantando que o mapa apontava. Com a luz do dia deu pra perceber o cenário fantástico da BA-142. Passamos pelo rio Paraguaçu e, pouco depois, entramos à direita, numa estradinha meio terra e meio asfalto.

Seguimos mais um pouco pela estradinha e entramos à direita, numa estradinha totalmente de terra dessa vez. As poucas placas pelo caminho indicavam que já estávamos próximos ao Poço Encantado. Em poucos minutos chegamos ao local indicado, que tinha uns dois restaurantes, uma outra construção e uma área ampla de estacionamento. Mal descemos das motos e o Seu Jilmário, do restaurante Nosso Ponto, já perguntou se almoçaríamos por lá. O PF não era dos mais baratos, mas não tínhamos muita opção. Encomendamos o almoço pra depois da visita ao poço e deixamos nossas mochilas e tralhas na cozinha do pequeno restaurante.


O Poço Encantado fica fora do Parque Nacional, então é preciso pagar pra conhecê-lo. A visita é um pouco salgada, de fato, mas a beleza do local compensa. Se não me engano cada um pagou 25$ pelo ingresso. Esperamos um grupo retornar da gruta e logo iniciamos nossa descida, já de capacete na cabeça. O tempo de permanência no local é controlado, de aproximadamente 20 minutos, talvez um pouco mais em dias de menor movimento.


Pra nossa sorte, estávamos na hora e lugar certo. Junho é um dos meses que a luz solar consegue penetrar por uma fenda e iluminar diretamente o interior da gruta. Simplesmente fantástico. Palavras dificilmente conseguem descrever a sensação que é estar lá dentro.



Retornamos à superfície e nosso almoço estava quase pronto. Tudo no prato tinha origem local e o acompanhamento de uma farofa sensacional. Valeu o investimento. Depois de comer, o Seu Jilmário nos falou sobre um tal Poço Azul (o quê, tem outro desse?), que além de tudo ainda era possível mergulhar. Não pensamos duas vezes, pegamos a indicação do caminho e fomos embora.

Voltando pra Mucugê e, naquela estrada meio terra e meio asfalto entramos numa totalmente de terra à direita (que fica à esquerda na ida). Seguimos um bocado pela estrada, que tinha algumas bifurcações, mas que não dificultou nossa jornada, até chegarmos a uma fazenda. Continuamos pelo caminho indicado por uma plaquinha, passamos por um trecho de areia e logo chegamos ao rio, onde deixamos a moto na margem.


O nível do rio não era dos maiores, mas como não conhecíamos o local, decidimos pegar carona na jangada do Cobra, que cobra um valor simbólico pra fazer a travessia. Do outro lado subimos direto pra portaria, pagamos a taxa de ingresso (20$/pessoa, se não me engano). Tomamos uma ducha, que é obrigatório pra quem deseja fazer o mergulho, e logo chegou a nossa vez de descer ao poço. Igual ao Poço Encantando, no Azul o tempo de permanência também é controlado pelos guias.
Por uma escadaria descemos até a entrada da gruta e entramos nela. Do lado de dentro há num deck de madeira, onde deixamos nossas coisas e os guias dão a instrução sobre o mergulho. Coloquei o colete e tratei de já ir entrando na água. Novamente, uma sensação que não dá pra descrever: nadar naquela água azulada e límpida, no interior de uma gruta. Boiando no poço nem parecia que tínhamos andado dois dias e meio direto de moto, parando só pra dormir.
Esgotado nosso tempo, agora precisávamos seguir pro Vale do Capão, um vilarejo pertencente ao município de Palmeiras. Consultando os locais, o melhor caminho indicado foi atravessar o rio com as motos e seguir por uma estrada de terra sentido Nova Redenção e depois Lençois. Como o nível do rio estava baixo, a balsa não estava operando. Então tivemos que atravessar a XTZ e a DR na balsa do Cobra. Achei que não ia dar muito certo, mas deu. Ele diz que já passou até com uma 1000cc.


Por uma estrada de terra bem batida segui para Nova Redenção, e rapidamente encontrei o asfalto. Chegando na estrada me bateu uma dúvida sobre pra qual lado seguir, então fui perguntar pra um senhor de bicicleta, que me indicou o caminho correto. Por uma rodovia com asfalto novo e praticamente sem movimento, segui até reencontrar a BA-142, quase no por do Sol.


Segui para Lençois (nesse momento o Kenny já estava bem a frente) e no meio do caminho a moto chamou a reserva. Tinha mais uns 70km de autonomia, mas não sabia quando encontraria o próximo posto. Passei a tocar a DR mais suave e logo cheguei à BR-242, que estava bem movimentada. Segui para oeste, sentido Seabra e logo apareceu o Kenny e um posto de combustível. Depois de completar o tanque das motos seguimos direto até Palmeiras, onde o Kenny parou em busca de um sinal de internet. Passamos ao lado do Morro do Pai Inácio, mas pelo horário só consegui identificar a silhueta do mesmo.


Saímos de Palmeiras praticamente chutados pela dona de uma pousada, que não se conformou com o fato do Kenny usar só a internet e não passar a noite por lá. Pegamos a estradinha para o Vale do Capão, um trecho de terra de aproximadamente 18km, bem judiado e com muitas pedras. Em um dos pontos mais abertos da estrada, resolvemos parar e desligar os farois das motos. Fomos presenteados com um céu recheado de estrelas, mais do que um dia imaginei que pudesse ver. Ficamos um bom tempo lá, o Kenny com um binóculo e eu deitado na moto, contemplando a imensidão do universo.
Depois de muito pensamentos que ocorrem ao contemplar uma imensão inimaginável e imensurável, seguimos para o Vale do Capão, a procura do camping do Gorgulho, que nos foi recomendado. Chegando ao camping conversamos com o Dedel e já tratamos de montar nossa barraca.


4º dia: Cachoeira do Riachinho e Rio Preto


Nunca imaginei que pudesse fazer tanto frio na Bahia. No começo da manhã senti que estava congelando, acordei e resolvi dar uma olhada fora da barraca. Estávamos dentro de uma nuvem. Não tive coragem de ir até a moto checar a temperatura do ambiente, mas devia fazer menos de 10ºC, com certeza! Voltei pra barraca e saí de lá somente quando o Sol mostrou sinais de vida através das nuvens.

Tomamos nosso café e não sabíamos muito bem o que fazer. Então nossos vizinhos, um casal de Salvador, resolveram apresentar um pouco da Chapada pra gente. Eles falaram sobre vários lugares, o mais tranquilo foi uma cachoeira bem ao lado da estrada Palmeiras-Capão, a cachoeira Riachinho. Fomos pra lá logo cedo, na expectativa de encontrar um lugar mais calmo, e até que deu certo. A cachoeira tem um poço bom pra nadar, embora não seja dos maiores. O acesso é fácil, por uma trilha que começa bem ao lado da ponte, são poucos minutos de caminhada até chegar na beira do poço.



Aproveitamos nossa manhã por lá, e então fomos para o centro da vila em busca de almoço. Muitos restaurantes ao redor da praça principal, tinha PF até por 9$, mas o lugar tinha até fila de espera. Então fomos noutro mais tranquilo, onde o PF custava 12$.


Durante a tarde fomos conhecer a outra cachoeira (ou algo parecido) que fica próxima ao centro do vilarejo. Seguimos sentido Rodas e Rio Preto e deixamos as motos no começo da trilha, em uma área de capoeira que, aparentemente, era um estacionamento mesmo. Caminhamos um bocado por trilha bem batida e logo chegamos ao rio. O local estava bem cheio, a água descia pela rocha e formava pequenos poços de água escura durante a descida. Não era possível nadar direito em nenhum desses, a não ser que seja uma criança, aí é ideal. Ficamos por lá mesmo, não descemos até a base da queda, onde talvez houvesse um poço maior e melhor pra nadar. Quase ficamos lá para o por do sol, mas antes que o frio do fim de tarde começasse resolvemos fazer o caminho da roça.

5º dia: Cachoeira da Fumaça e Riachinho


Acordamos cedo, desta vez sem passar tanto frio durante a noite. O dia amanheceu bem nublado, mesmo assim resolvemos dar início à pernada até o alto da Cachoeira da Fumaça. O bom de sair cedo, por volta de 7/8h, é Sol não está tão forte (em dias de Sol), tendo em vista que praticamente não há sombras pelo caminho, e o mirante está bem vazio. Geralmente o grosso do pessoal que sobe vem de outras localidades, (maioria, provavelmente, de Lençois), então começando cedo dá pra aproveitar bem a vista e o sossego lá do alto.


Chegamos ao início da trilha e a associação de condutores ainda estava fechada. Não que fôssemos contratar algum, mas é preciso assinar um termo antes de subir. Um dos locais falou que era tranquilo subir sozinho, que não tinha errada, e nos deu algumas instruções. A subida tem aproximadamente 6km, de acordo com indicação local. A primeira parte é o maior desafio, uma subida muito pesada de aproximadamente 1,5km até o topo do chapadão. No começo o Kenny sentiu a falta de ritmo e ficou um pouco pra trás, esperei por ele no alto do chapadão, onde a trilha passa a ser feita por lajes de pedra, trecho onde os mais desatentos costumam se perder.



Depois de caminhar um bocado em um terreno praticamente plano, começamos a visualizar uma espécie de névoa que serpenteava a nossa frente. Logo cruzamos o ribeirão que forma a queda, que estava com um nível bem baixo. Subimos mais um poco e chegamos ao mirante da Fumaça, com cerca de 400m de altura. Como a água estava bem pouca, a queda mal tinha 15 metros e já se desfazia no ar pela ação do vento. Aliás, vento é o que sobra lá em cima.
Contemplamos um bocado da vista, tiramos umas fotos, conversamos com um senhor que vende pastel e refrigerante lá no alto. Os visitantes começaram a chegar e nós resolvemos descer, era por volta de 12h. A descida é tranquila, com direito a uma vista fantástica do Morrão, da vila e da Serra do Candombá. Para melhorar ainda mais as nuvens da manhã tinham se dissipado e no céu predominava o azul.
Almoçamos no mesmo local do dia anterior. Já na parte final da tarde o Kenny resolveu ficar no camping, eu preferi seguir para o Riachinho, tomar mais um banho de rio.

6º dia: Vale do Capão x Ituaçu
Deslocamento total: 180km

Como deu pra perceber no início da história, não houve muito planejamento pra viagem e foi tudo muito de última hora. Então não deu pra juntar muita grana, fui com o que tinha, que já não era muita coisa. Depois de 5 dias de viagem já estava sentindo a pressão da grana apertando e o Kenny tinha calafrios só de pensar na volta de xtz125.


Durante a manhã ficamos de bobeira pelo camping, planejando o caminho de volta. Almocei por lá mesmo, vendo algum jogo da Copa. Depois arrumamos nossas coisas e decidimos zarpar, passando pela estrada de terra que liga o Capão a Mucugê.



É um trecho de aproximadamente 70km, com visual único, margeando a Serra do Sincorá. A estrada de Capão até Guiné estava em condições medianas, muitas pedras pelo caminho. Depois de Guiné a estrada melhora sensivelmente, em alguns trechos a terra é tão batida que parece asfalto.


Fui passeando por esse trecho todo, contemplando a vista que o Sol do fim de tarde proporcionava. Reencontrei o Kenny já na beira da rodovia BA-142, lá decidimos já ir descendo em direção a Minas, ao invés de passar a noite em Mucugê. Seguimos até Ituaçu, cidade bem conhecida por uma gruta, se não me engano. Lá descolamos uma pousadinha para passar a noite, por 40$/pessoa, sem café. Tratei de dormir cedo pois no dia seguinte a intenção era sair o mais cedo e, se possível, dormir em BH.


7º dia: Ituaçu x BH
Deslocamento total: 1000km


Madrugamos ao invés de acordar. O despertador tocou 5h da manhã. O café da manhã foi bem ligeiro e humilde. Pedaço de pão, um pouco de biscoito salgado e água. Ainda era noite quando deixamos a pousada, mas não fazia tanto frio. De Ituaçu a Anagé o Sol ainda brilhava, bem tímido entre as nuvens, o que poderia ser considerada uma manhã agradável.

Chegando em Vitória da Conquista, por volta de 7h30, tudo mudou, o tempo estava fechado, começou a cair uma chuva fina e o frio apareceu. Na BR-116 um vento danado e o movimento constante de carretas. E o frio comendo! Não parecia que podia piorar, até que piorou. Uma densa neblina tomou conta da estrada, reduzindo a visibilidade para menos de 30m. Por causa disso fiquei um tempo agarrado na traseira de uma carreta, já que não tinha visibilidade pra ultrapassar.

Trecho terrível da BR-030


De Conquista até Teófilo Otoni, já em Minas, foram muitos quilômetros entre chuva, garoa e sol fraco. Só pros lados de Governador Valadares que o tempo resolveu firmar mesmo. Foi o dia inteiro acelerando, só parava para abastecer, a cada 230km, aproximadamente. Quase no fim da tarde estava em João Monlevade, a 120km de BH e depois de 12h de viagem, pra pegar um dos trechos mais sinuosos e perigosos da BR-381.
Aí fui mais tranquilo, sem tanta pressa, até chegar a Belo Horizonte. Claro que, mais próximo de BH, peguei um algum congestionamento na 381, o que me rendeu mais algumas horinhas de viagem.
Após 15h de viagem, por volta das 8 da noite, cheguei em casa, depois de 1000km rodados. Feliz por ter feito concluído a viagem sem contratempos e cansado pela jornada. Foram aproximadamente 2.600km, percorridos nos 7 dias da viagem.


GASTOS:
Gasolina: 297,29$
Hospedagem: 135$
Ingressos: 45$
Alimentação: 90$
TOTAL: 567,29$


DICAS E INFOS:
Aproximadamente 2.600km em 7 dias, com uma Suzuki DR650 1998. Durante a viagem foi só alegria com a moto. Encarou todos os terrenos muito bem e não teve problema algum. Foi só abastecer e checar o nível de óleo, mas sem precisar completar. O único contra que posso citar em relação à máquina é a autonomia, de cerca de 250km (a DR apresentou um ótimo rendimento, na média ficou em 24km/L), já que em grandes viagens essa distância é facilmente percorrida.


Meu pesar é não ter planejado melhor a viagem e os deslocamentos. Passamos ao lado de diversos pontos que poderiam ter integrado o roteiro. Ainda bem que tive a oportunidade de retornar.

Sobre a Chapada Diamantina, que lugar! Realmente o paraíso para o trekkers e quem curte coisas do gênero. Além da beleza, é possível ficar um tempo por lá sem morrer na grana. O Vale do Capão me encantou, bem aconchegante e localizado na boca de várias trilhas, incluindo a famosa travessia do Vale do Paty.

Nenhum comentário:

Postar um comentário